terça-feira, 25 de setembro de 2007


Na noite silenciosa o mais leve bater das asas do morcego pode incomodar o descanso do leao. Na noite escura o mais ténue feixe de luz pode iluminar a maior obra de arte. Na noite solitária o gesto mais inocente pode esconder o maior amor...

domingo, 23 de setembro de 2007

Quando amar dói, o que é que interessa?

Interessa perceber primeiro porque é que dói.
Dói porque nao é correspondido.
É o único caso conhecido em que amar causa maleita. Conhecida a causa da maleita, interessa encontrar a cura. Como em todas as doencas que causam dor, a cura passa pela administracao de analgésicos. A reaccao ao analgésico vai depender da constituicao e propensao de cada um de nós, no momento, aos seus constituintes. Há quem tente tratamentos cuja prescricao implica doses generosas e diárias do elixir favorito de Baco... há quem tente intervencoes morosas e delicadas ao coracao, que se prendem com a subtraccao lenta do coágulo idiota causador da maleita e a substituicao por um idiota coagulante vocacionado para absorver a forca desse impecilho... há quem tente fugindo do mundo, mudando de vida, de emprego, de casa, de amigos (o que o torna idiota, mas o que interessa é que resulte!)... há quem opte por chorar horas a fio, dias seguidos, sentindo pena de si mesmo, sofrendo tudo de uma só vez e chegado ao fundo do poco acorde para a vida, ás vezes semanas depois com algumas rugas a mais, mas disposto a enfrentar o mundo... há quem, nao digo que seja o mais sensato, sem dúvida é o mais corajoso, mas enfrente a dor diariamente, sem analgésico, até se tornar imune...
O que interessa é obter um bom resultado. Ultrapassados os sintomas, o tratamento utilizado causa sempre dependencia, e cria no ser humano uma tendencia para ser reutilizado. Interessa-nos entao a fase do desmame. O desmame acontece naturalmente ao amar de novo... o amar verdadeiramente como nos livros de histórias. Só assim podemos ter certeza de estar curados daquela maleita que dói e que se sente.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Foi por amor


"I can´t get you out of my head. Tell me that was the end and I wil forget. Don´t keep me attached waiting, without an answer. Tell me what did I wrong and I´ll do it right this time. Take a bet on my heart and put your eyes on my soul... My sin... is loving you too much!"



"Quando eu sonhava era assim que em meus sonhos eu a via e era assim que me fugia mal eu despertava... essa imagem fugidia que nunca pude alcancar."

"Amo a liberdade. Por isso, as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem para mim é porque me pertencem, se nao voltarem é porque nunca as tive."

Foi assim que eu descobri que era amada. Foi assim também que pela primeira vez me apaixonei. Há coisas que guardamos a vida toda na memória e nao sabemos muito bem porque. Há coisas que teimamos em nao esquecer, há outras que mesmo quando pensamos que as esquecemos, se pensarmos um pouco recordamos cada pormenor. Partilho algo pelo qual me apaixonei e nao me sai da memória, por muitos anos que passem... e acreditem, já lá vao quase 10 anos!!!

"Senhor, partem tao tristes
meus olhos, por vós, meu bem
Que nunca tao tristes vistes,
outros, nenhuns por ninguém.

Tao tristes, tao saudosos
Tao doentes da partida,
tao cansados, tao chorosos,
da morte mais desejosos,
cem mil vezes que da vida.

Partem tao tristes os tristes,
Tao fora de esperar bem
Que nunca tao tristes vistes,
outros, nenhuns, por ninguém."
Juan Luiz Castell-Branco

sábado, 15 de setembro de 2007

Por quem somos

"Por quem somos"... tudo vale a pena. "Por quem somos"... e tudo se justifica... se em Itália tudo acaba em pizza, em Portugal, depois de uma expressao destas, fica tudo em águas de bacalhau!!!
Quantas vezes por dia se ouve ou se usa malfadeja expressao que no fundo nada significa?? Depois de uma destas, podemos ouvir o disparate que for, o escárnio e o maldizer mais afiado, que nada nos aflige. Afinal, por quem somos, ficaria muito mal retorquir tal discurso que tudo desvaloriza... por quem somos, qual a importancia de tao franca observacao que é para nosso bem... por quem somos, a resposta torna-se nefasta e o ouvido tolerante.
E nos dias em que o "por quem somos" desafia ao "por quem te julgas"? As águas de bacalhau viram caldeirada! Mao na anca e garganta afinada... É o pregao da varina e o dia vira-se do avesso...Peixeirada total...
Felizmente a minha dose diária de peixe, é pequena... nao sou do tipo que gosta de caldeirada e livro-me rapidamente das águas de bacalhau! Viva o belo do bife á café!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Quando me sinto só

Quando me sinto só, me sinto só e nao sou a melhor companhia. Quando me sinto só, pego no carro e vou ver o mar. Sento-me na areia, tento nao pensar em nada, e observo o vai-vem das ondas do mar. Quando me sinto só e estou acompanhada isolo-me nos meus pensamentos... nao imagino o mar, nem desejo ir ver o mar... o meu pensamento voa em direccao aos meus desejos. Estar só, mesmo que acompanhada, é frequente. Procuro o auto-conhecimento o tempo todo. Analiso-me com frequencia. Conheco-me. Sei no que vai resultar cada uma das minhas atitudes, principalmente as que dizem respeito a relacoes, a sentimentos... o que nao quer dizer que deixe de o fazer, de o sentir... mesmo que saiba que o resultado nao me vai ser favorável. Quando quero, arrisco. Depois arrependo-me... e repito tudo de novo. Um amigo muito, muito querido (sabes quem és! Temos de repetir aquele passeio de bicicleta!) disse-me que é essa a piada da vida: as experiencias boas e as más, a sequencia dos acontecimentos que apimentam o nosso dia-a-dia, as relacoes frustradas e as frutiferas... Como ele me disse um dia "I´ve got too much life running trought my veins"...

Bossa Nova

Eis um amor que está a tornar-se um interesse. Faz parte da cultura brasileira, entra bem no ouvido e eu adoro... fica um cheirinho do melhor que já se fez dentro do género...
http://www.youtube.com/watch?v=VOkJKxC3l-0

A primeira vez

Esta é a minha primeira vez... num blogue! Custa um pouco porque as palavras nao surgem... as ideias ficam baralhadas... o inicio é sempre complicado. Depois apanha-se o jeito e as frases surgem por elas proprias.
Comeco por esclarecer o nome do meu blogue. Tudo o que fazemos na vida tem como alavanca um destes dois sentimentos: o amor ou o interesse, nas suas várias formas. A inspiracao veio de uma piada que me contaram já há algum tempo e que eu passei a usar com alguma frequencia em situacoes do dia a dia. Quando nao é o amor (amizade, carinho, fraternidade, gratidao, solidariedade...) que nos move, é o interesse (o sucesso, o dinheiro, o bem estar, a saúde, o conhecimento, a exploracao...). Se nao é um sentimento que nos impele, é um objectivo racional. A eterna luta entre a mente e o coracao. Nao espero dar licoes de moral a ninguem, nem ensinar o que quer que seja (eu mesma ainda nao aprendi o suficiente!)... espero apenas ter um espaco onde possa expressar o que me vai na alma e partilhar algumas experiencias, constatacoes, desilusoes e emocoes.