domingo, 23 de novembro de 2014

ímpeto

Às vezes dá vontade de fugir de mim. Dá vontade de me reinventar. Como se o que sou não fosse suficientemente bom ou suficientemente forte. Com vontade de mais, sempre mais. Nunca satisfeita, nunca quieta, nunca calma. Jamais acomodada e menos ainda convencida. Sempre com vontade de sair da zona de conforto. Sempre metida em aventuras. Nunca estou bem. Nunca é suficiente. Acalmar este meu ímpeto é impossível. Escondê-lo por um tempo, sim. Abafa-lo para sempre, nunca. Não seria eu sem mim.

domingo, 20 de julho de 2014

Porque vais tão triste?

Olhos no chão.Rosto cerrado. Sorriso fingido. Tanto que pede... nada recebe... menospreza o que tem... Acorda de manhã como se fosse noite. Chora por nada como se fosse por tudo. E nada, nunca, a satisfaz. Nisto passaram-se semanas... meses... anos. Nada muda. Nada se transforma. E cada vez mais cava um fosso maior entre ela e a felicidade. Não sabe o que é, nem o que quer. Não acredita em si mesma nem em ninguém. Vive um dia de casa vez mas a pensar no fim. Stressa, mas nao se esforça. Cria objectivos mas não tem noção de como lá chegar. Quer sair de uma história mas deixa-a arrastar-se. Não tem forças para mudar mas não quer ficar na mesma. Porque vais tão triste afinal? Só tu podes mudar.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cansada....

Diz-se que toda a gente tem um limite. Que um dia a paciência acaba. A disponibilidade acaba. A vontade acaba. A força acaba. Tudo tem um fim nesta vida. Ficar á espera cansa. Querer sempre um pouco melhor sem o conseguir, cansa. Esperar uma melhora, uma atitude positiva, cansa. E eu estou cansada. Nada é mais cansativo que viver na ilusão de que a própria ilusão se torne vida.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O que queres mais de mim??...

O que é que queres mais de mim? Quanto mais de mim posso eu dar, sem nada pedir? Quanto mais de mim podes exigir sem nada dares em troca? Como podes, como ousas, achar que as migalhas que me atiras para me calar são suficientes para me manter? Onde pensas que vou buscar força e energia e vontade para me dar inteira? Como julgas que me recomponho, ou onde me agarro quando caio? O que como? Como bebo? Que ar respiro? Como? Se o calor que me dás não dá sequer para aquecer o corpo, quanto mais a alma. O coração não gera energia. Não transmite energia. Não cria calor. O que queres mais de mim?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Sonha... sonha alto, sonha bem, sonha sempre. Sente, como se fosse o último sopro. Revolta-te quando não te faz bem, mas ama, ama sempre. Cresce com a vida e aprende também com ela. Vive intensamente.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Em ponto de rebuçado

Há momentos na nossa vida que são plenos momentos de revelação. Como uma vidência que faz luz sobre o nosso caminho. Ás vezes pensamos, dizemos e/ou escrevemos coisas que acabam por acontecer. São medos, são receios, são ansiedades, preocupações ou simplesmente a experiência da vida a abrir-nos os olhos para o caminho, para não sermos apanhados desprevenidos no escuro que é o incerto de cada passo que damos. Mas mesmo perante a luz, muitas vezes teimamos em meter o pé em falso. Achamos que assim que o pé toque no chão, o piso se vai amaciar e tornar regular para nos permitir caminhar. Enganem-se os crédulos. Os que acham que podem mudar o mundo, porque é o mundo que os vai mudar a eles. Eu sei. Eu mudo a cada passo em direcção a este abismo que é a incerteza do amanhã. Hoje não me reconheço mais. As capacidades que outrora julguei melhorar com o tempo, perdi por completo. O meu "eu" que era só meu, não passa de uma sombra do que foi antes. Hoje é uma mescla de gentes, aprendizagens e desilusões. Muitas desilusões. Coisas e atitudes que outrora critiquei, hoje receio que a mim me apontem o dedo. Os muitos "eu nunca" cheios de certeza, deram lugar á tolerância de muitos "talvez". Destruí muitos preconceitos, mas acedi a várias frases feitas. Dei conselhos que hoje não sigo. Momentos de revelação que na altura não percebi, hoje vivo-os. Não importa a intensidade com que brilhe a luz, porque nada nos garante que o que está ao virar da esquina não é a escuridão.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Aprendemos...

Com o tempo aprendemos que atracção, paixão e amor são três coisas distintas e independentes, que podem ou não coexistir. E que são os princípios e as prioridades de cada um que as evitam ou vivem em simultâneo em histórias diferentes. E que o ideal seria as três concentradas na mesma pessoa no mesmo tempo e espaço. Aprendemos que as diferenças são supérfluas quando se ama, mas fulcrais na convivência diária. E que há diferenças que atraem e outras que repelem. E que só gostar nunca será suficiente. Aprendemos que algumas gavetas dão imenso trabalho para arrumar, enquanto outras parecem arrumar-se sozinhas. Que nem tudo depende de nós, mas que há coisas que se resolvem apenas cá dentro. Aprendemos a guardar as coisas em compartimentos, e sabemos que umas são memórias, outras não passam de meras lembranças. Que há coisas às quais sobreviveremos e outras sem as quais é bem mais difícil viver. Aprendemos que as pessoas são todas diferentes, mas que há algumas mais iguais que outras, e que é por estas que vale a pena lutar e esperar. E que lutar numa causa perdida só nos vai fazer perder de nós mesmos, e corremos o risco de não mais nos encontrar.